A pandemia do coronavírus acentuou a discriminação contra os idosos em aspectos como a ocupação dos leitos hospitalares. O alerta foi feito por especialistas durante debate na Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara na segunda (5) sobre o chamado “ageísmo” ou “idadismo”.
Segundo a Agência Câmara Notícias, eles apontaram preconceito também no mercado de trabalho, na preparação dos estudantes de Medicina para atender aos pacientes mais velhos e na falta de investimentos nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs), entre outros aspectos.
A discriminação, segundo eles, é institucional e estrutural. Cria estereótipos de fragilidade e improdutividade, sem levar em conta a heterogeneidade da parcela da população com idade mais avançada. Os debatedores concordam que o Estatuto do Idoso é uma ferramenta importante contra o idadismo.
O Secretário Nacional de Promoção e Defesa dos direitos da Pessoa Idosa, Antonio Costa, salienta que desde 2016 a Organização Mundial da saúde (OMS) chama atenção para esses preconceitos. Segundo ele, os dados do Disque 100 mostram um aumento da violência psicológica contra os idosos entre 2019 e 2020. A discriminação foi agravada pela pandemia de Covid-19.
“Vemos falas para priorizar os jovens no tratamento em detrimento dos idosos. Isso é um tipo de ageísmo que tem se colocado aí na mídia com bastante frequência, como se os idosos fossem culpados dessa pandemia”, disse.